Frio intenso provoca perda nas lavouras de hortaliças
BRASIL
Publicado em 20/07/2021
'Fazia uns 20 anos que não dava uma geada tão forte', relatou o verdureiro Eliel Silva | Isaac Fontana/Framephoto/Folhapress

 

No campo, agricultores ainda estão contabilizando o prejuízo gerado pela geada desta quarta-feira (30). “Houve muitas perdas de hortaliças onde não conseguiram proteger ou aquecer de alguma forma. São plantas sensíveis, além da pastagem. O milho, provavelmente, vai ter perda, que já estava ocorrendo por causa da seca e agora a geada vai causar dano”, alertou a agrometeorologista do IDR (Instituto de Desenvolvimento Rural) do Paraná, Heverly Morais. 

Geada castigou a zona rural de Londrina: prejuízo deve refletir no preço dos produtos vendidos ao consumidor

Geada castigou a zona rural de Londrina: prejuízo deve refletir no preço dos produtos vendidos ao consumidor | Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

 

Com mais de três décadas de trabalho dedicado à lavoura, o verdureiro Eliel dos Santos Silva se surpreendeu com a força do frio. “Fazia uns 20 anos que não dava uma geada tão forte. Chegou em Ibiporã, Bela Vista do Paraíso (ambas na Região Metropolitana de Londrina). Parece que jogou calcário na terra. Perdi um pouco de verdura, couve manteiga, milho verde torrou, alface lisa”, elencou o agricultor, que tem um sítio no Patrimônio Selva, na zona sul de Londrina. 

No outro extremo da cidade, na região norte, a família de Patricia Camargo também se deparou com perdas nesta quarta. “A alface americana queimou tudo. Está igual quando coloca no congelador e depois mergulha na água”, comparou. Ao todo são três alqueires de plantação de alface chicória, almeirão e rúcula. Por semana são cultivadas duas mil peças. 

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Heverly Morais relatou que os principais danos foram nas localidades de baixadas. “Céu aberto, temperaturas muito baixas e condição de umidade baixa favorecem a formação de geadas”, explicou. As hortaliças acabam “machucadas” porque os cristais de gelo que se formam estouram com a incidência do sol e o tecido da planta morre, ficando escuro. 

 

Os lavradores ouvidos pela FOLHA frisaram que o impacto da geada deverá aparecer no bolso da população, com o aumento no preço do hortifruti. “Sobe o preço porque não tem para vender”, alertou Patricia Camargo. “O que fica mais caro é a parte da abobrinha, chuchu, vagem. Deve triplicar o preço. Se der mais geada, é mais perda”, preocupou-se Eliel Silva. 

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