Vacinado morre depois de ser infectado por pessoa que rejeitou imunizante
MUNDO
Publicado em 23/08/2021


Um homem de 84 anos, vacinado contra a Covid-19, morreu na Flórida depois de ter sido, supostamente, infectado por uma pessoa que optou por não receber o imunizante, na instituição onde vivia. O seu obituário tornou-se num apelo para que todas as pessoas se vacinem.

Clark Allen já tinha vencido uma doença pulmonar obstrutiva crônica e sobrevivido a vários acidentes de carro, motivo pelo qual os seus sete filhos diziam muitas vezes que era "imortal". 

O histórico da doença pulmonar levou a que, quando a Covid-19 surgiu nos Estados Unidos, Allen adotasse os máximos cuidados. Foi vacinado logo em janeiro e, mesmo depois da segunda dose, em fevereiro, manteve todas as medidas. Saía da instituição social onde vivia apenas para ir ao supermercado, para caminhar, ou para sentar-se à beira-mar.

"Ele estava com medo, mesmo depois de ser vacinado", contou uma das filhas ao The Washington Post.

Na madrugada de 8 de julho, a família foi informada que o pai estava no hospital, com diagnóstico positivo para a Covid-19. O médico que o atendeu considerou mesmo que, estando vacinado, aquele era "um caso num milhão".

Allen teve alta ao fim de quatro dias mas, menos de 12 horas depois, voltou ao hospital com problemas respiratórios. Despediu-se da família por videochamada, em 17 de julho, com uma máscara de oxigênio, e viria a morrer no dia 22, numa unidade de cuidados intensivos.

Foi um dos primeiros norte-americanos vacinados que morreu com a doença.

Na hora de escrever o obituário do pai, as filhas Sanielle e Nicole quiseram expressar a raiva que sentiam pelo fato de a situação poder ter sido evitada.

"Ele foi infetado por uma pessoa que optou por não ser vacinado e a sua morte era evitável", escreveram. "É o desejo da sua família que todos sejam vacinados, a fim de evitar mais mortes, doenças e desgostos".

"Foi um alívio quando ele foi vacinado, mas a realidade é que ele estava perto de muitas pessoas não vacinadas", contou Danielle, de 33 anos. "Estamos todos com muita raiva."

Os filhos acreditam que se Allen estivesse numa outra instituição, com uma maior percentagem de funcionários vacinados, o desfecho teria sido diferente.

"Não trabalhe nisso se não estiver em condições", escreveram ainda no obituário.

Na Flórida, apenas cerca de metade da população aceitou, até à data, receber a vacina contra a Covid-19.

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