BASE AÉREA DE RAMSTEIN, Alemanha (Reuters) - O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, alertou países ocidentais nesta quarta-feira para que não repreendam o país na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) depois que o relatório mais recente da entidade criticou Teerã, e o principal diplomata dos Estados Unidos disse que o tempo para retomar um acordo nuclear com potências mundiais está acabando.
A AIEA disse em relatórios a países-membros analisados pela Reuters na terça-feira que não houve progresso em duas questões centrais: explicar os resquícios de urânio encontrados em vários locais antigos e não declarados pelo Irã e obter acesso urgente a alguns equipamentos de monitoramento para que a AIEA possa continuar a se manter a par do programa nuclear iraniano.
"No caso de uma abordagem contraproducente na AIEA, não faria sentido esperar que o Irã reaja construtivamente. Medidas contraproducentes também são naturalmente desestabilizadoras para o caminho da negociação", disse Raisi em uma conversa telefônica com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, de acordo com a mídia estatal iraniana.
A crítica de terça-feira da AIEA significa que os EUA e seus aliados europeus agora precisam decidir se pressionam por uma resolução na reunião de 35 nações do Conselho de Governadores da AIEA na semana que vem para fazer o Irã ceder.
Conversas indiretas entre o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, e o Irã sobre como os dois países podem voltar a cumprir o acordo não foram retomadas desde que Raisi tomou posse em 5 de agosto.