Jogadoras da Venezuela acusam ex-técnico de abuso sexual
MUNDO
Publicado em 06/10/2021

CARACAS, 6 OUT (ANSA) - Mais de 20 jogadoras da seleção feminina da Venezuela divulgaram na última terça-feira (5) uma carta aberta nas redes sociais acusando o técnico Kenneth Zseremeta de abuso e assédio sexual, físico e psicológico.

O panamenho, de 55 anos, treinou diversas categorias da seleção feminina da Venezuela entre 2008 e 2017. Segundo o grupo de jogadoras do país, Zseremeta também teria abusado de atletas menores de idade.

"Em 2020, uma de nossas companheiras nos revelou que havia sido abusada sexualmente desde os 14 anos pelo treinador Kenneth Zseremeta. Estes abusos continuaram até que ele foi demitido. 

Ele teve um cúmplice em tudo isso, que foi Williams Pino. Foi difícil assimilar essa notícia, porque muitas de nós nos sentimos culpadas por não termos dado conta de algo tão grave e punível. Ao mesmo tempo, a revelação não nos surpreendeu, porque esse é o tipo de ambiente que nosso treinador 'cultivava'", diz um dos trechos do texto.

O comunicado também denunciou os abusos psicológicos cometidos por Zseremeta contra jogadoras que ele sabia que faziam parte da comunidade LGBTI. A nota terminou com um apelo à Fifa "para que se mova para garantir que este técnico seja banido do mundo do futebol feminino".

Zseremeta comandou a seleção principal da Venezuela na Copa América de 2014, além de ter dirigido a equipe sub-17 do país nos Mundiais de 2014 e 2017. Ele ainda passou pelo Deportivo Táchira e pelas seleções da República Dominicana e do Panamá. 

- Austrália - Denúncias de assédio sexual no futebol feminino não surgiram apenas na Venezuela. Lisa De Vanna e Rhali Dobson, duas jogadoras com passagens pela seleção da Austrália, afirmaram em uma entrevista ao jornal "Sydney Daily Telegraph" que foram vítimas de abusos ao longo de suas carreiras.

"Eu era menina e não sabia o que fazer, mas agora resolvi falar sobre isso, porque sei que coisas assim ainda acontecem, em todos os níveis, e é hora de falar sobre elas", destacou De Vanna, que já pendurou as chuteiras. 

A Federação Australiana de Futebol anunciou que vai abrir uma investigação sobre o caso e adotar uma posição de "tolerância zero" contra os responsáveis. 

- Estados Unidos - Nos Estados Unidos, onde diversas acusações de abusos mancharam a Liga Norte-Americana de Futebol Feminino (NWSL), o presidente do Washington Spirit, um dos clubes envolvidos, renunciou ao cargo.

A decisão de Steve Baldwin acontece pouco tempo depois de Richie Burke, ex-técnico do Washington Spirit, ter sido demitido após acusações de assédio moral e verbal.

No centro do escândalo, além de Burke, está o treinador do North Carolina Courage, Paul Riley, que foi despedido da função após ser acusado de assédio sexual por duas jogadoras. (ANSA). 

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