Surto atinge província de Zhejiang, um dos motores da economia chinesa
MUNDO
Publicado em 15/12/2021
Um surto de covid-19 na província oriental de Zhejiang, uma das potências económicas da China, levou ao encerramento de fábricas, medida que poderá perturbar as cadeias de abastecimento globais.

 

Aprovíncia costeira de 64,6 milhões de habitantes está localizada imediatamente a sul de Xangai. Altamente industrializada e orientada para a exportação, é a quarta maior economia do país, representando mais de 6% do produto interno bruto (PIB) chinês.

Zhejiang contou mais de 200 casos na última semana, incluindo 44 dos 51 anunciados hoje para todo o país e detetados nas últimas 24 horas.

Em toda a província, mais de 50 mil pessoas estão a cumprir quarentena em centros fechados e mais de 20 mil outras estão em confinamento domiciliária. Mais de 465 mil estão sob supervisão médica.

As autoridades locais impuseram o encerramento de muitas instalações industriais, na sequência de vários casos da doença detetados na semana passada.

As perturbações já provocaram uma queda nos preços mundiais do petróleo na segunda-feira, uma vez que o mercado se preocupa com um abrandamento na segunda maior economia do mundo.

O distrito de Zhenhai na cidade portuária de Ningbo encerrou todas as empresas, exceto as vitais para a vida quotidiana e para a luta contra a epidemia.

As instalações petroquímicas podem continuar a funcionar, mas com uma produção reduzida.

Na cidade vizinha de Shaoxing, o distrito de Shangyu ordenou o encerramento de todas as empresas na quinta-feira.

Em Hangzhou, a capital provincial, onde centenas de voos de e para o aeroporto local foram cancelados, várias empresas cotadas em bolsa anunciaram que estavam a suspender a produção em declarações à Bolsa de Valores de Xangai.

"O encerramento de fábricas em Zhejiang irá afectar as cadeias de abastecimento de vários setores, incluindo fibras e têxteis", disse um economista da ANZ Research Zhaopeng Xing, à agência de notícias France-Presse.

O recente surto poderá demorar 40 dias a ser resolvido, o que significa que a produção só será retomada após o Ano Novo Lunar, que este ano se celebra na China em 01 de fevereiro, acrescentou.

A China, onde o covid-19 foi detetado pela primeira vez há dois anos, conseguiu travar, em grande parte, o contágio até à primavera de 2020, utilizando medidas radicais de contenção. No entanto, surtos esporádicos ocorrem regularmente.

A covid-19 provocou pelo menos 5.304.397 mortes em todo o mundo, entre mais de 269 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.673 pessoas e foram contabilizados 1.196.602 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

 

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preo "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos  57 países de todos os continentes, incluindo Portugal.

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