Redação Central 31 dez (EFE).- As Américas terminaram 2021 novamente como a região mais afetada pela pandemia da covid-19, com o maior número de casos e tendência de alta em meio às festas de fim de ano, embora também haja avanços na vacinação, especialmente, na América do Sul e Cuba.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o continente chega a 2022 com os piores níveis globais. Dos 282 milhões de casos e das 5,4 milhões de mortes no planeta, 36% dos positivos (102 milhões) e 44% das mortes (2,4 milhões) são referentes às Américas.
"Essas porcentagens foram mantidas durante todo 2021, confirmando as Américas como a região mais afetada no número de casos, sobretudo, de forma importante e preocupante, no número de vítimas", disse à Agência Efe, Pedro Porrino, coordenador de Saúde em Emergências para o continente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FIRC).
EUA E BRASIL MAIS IMPACTADOS
Os Estados Unidos se mantiveram como o país mais afetado do mundo, com 54,3 milhões de casos e mais de 824 mil mortes por covid-19. Além disso, a previsão é de piora na situação, devido ao avanço da variante ômicron do novo coronavírus na última semana.
Entre os países da América Latina, o Brasil lidera em quantidade de positivos, com 22,3 milhões, seguido pela Argentina, com 5,6 milhões, Colômbia, com 5,1 milhões, e México, com 3,96 milhões.
Ao todo, 45% dos casos das Américas estavam na América Latina. Já com relação as mortes, 66% de todas as vítimas registradas no continente americano foram na sub-região.
Dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apontam para uma taxa de mortalidade na América Latina de 245 óbitos para cada 100 mil habitantes, enquanto a média mundial é de 71.
Três países latino-americanos estão entre os que mais contabilizaram mortes por covid-19 no mundo, o Brasil, em segundo, com 619 mil; o México, em quarto, com 229 mil; e o Peru, em sexto, com 202 mil.
ALTA RECENTE NOS CASOS
As Américas encerram dezembro com a maior alta no mundo de casos de infecção, o que acendeu alertas pela confirmação da quarta onda de contágio, provocada pela variante ômicron, que é mais contagiosa, embora dê sinais de provocar quadros mais graves.
"O que se deve esperar, com respeito à ômicron, é que comecemos a ver agora, a cada semana, uma elevação exponencial de casos e uma clara tendência de alta nas curvas epidêmicas. Mas, que isso não seja acompanhado de momento de maior mortalidade", disse Porrino.
A OMS indicou que, e 20 a 26 de dezembro, foram registrados 4,9 milhões de casos no mundo, a quantidade mais alta em quase sete meses. As mortes chegaram a 44 mil, quantidade similar a de semanas anteriores.
Nesse período, as Américas foram a região que apresentou um maior aumento no número de positivos, de 39%, enquanto a África chegou a 7%, e a Europa a 3%.
De acordo com a Organização Panamericana da Saúde (Opas), o maior número de novos casos foi registrado nos Estados Unidos, Canadá e Argentina, que tiveram recordes de positivos diários na última semana.
LIDERANÇA NA VACINAÇÃO
Para reduzir o impacto da pandemia da covid-19, organizações internacionais e autoridades nacionais seguem insistindo na importância de acelerar as campanhas de vacinação.
Na América Latina, o processo de imunização tem sido, especialmente bem-sucedido, na América do Sul, uma das regiões mais avançadas do planeta, e em Cuba.
Até a última quarta-feira, foram aplicadas mais de 1,45 bilhões de doses de vacinas no continente americano, de acordo com boletim divulgado pela Opas.
De acordo com a agência regional, 57% da população da América Latina e Caribe completou o esquema de vacinação.
Embora a maioria das doses aplicadas (66%) corresponda a apenas três países, Estados Unidos, com 498 milhões; Brasil, com 320 milhões; e México, com 148 milhões, estes não são os líderes em percentual de cobertura da população.
Chile e Cuba estão entre os líderes mundiais de população com esquema completo de vacinação, com 85,86% e 85,05%, respectivamente. Em seguida, no continente americano, estão Uruguai, com 76,73% e Argentina, com 71,18%, segundo a Opas.