Moscou, 2 Fev 2022 (AFP) - As autoridades russas descartaram, nesta quarta-feira (2), a adoção de novas restrições contra a covid-19, apesar de um aumento espetacular no número de casos no país.
"O sistema de saúde resiste, a mortalidade não é maior do que nos períodos que tivemos nos últimos dois anos", justificou Anna Popova, chefe da agência de saúde russa, a Rospotrebnadzor.
"E, no momento, não vemos qualquer razão para restrições especiais", acrescentou, em entrevista à agência de notícias Ria Novosti.
Desde o início da pandemia, a Rússia acumula mais de 680 mil mortes, um dos piores balanços do mundo, de acordo com o site especializado Govov, que cita estatísticas oficiais.
E, com a chegada da variante ômicron, mais contagiosa, o país enfrenta um aumento exponencial no número de casos nos dias de hoje.
Em 29 de janeiro, conforme dados do governo, superou-se, pela primeira vez, o nível de 100.000 novos casos diários.
Ainda assim, o governo se recusa a impor um novo confinamento drástico após a primeira onda na primavera de 2020 (outono no Brasil), para preservar uma frágil economia.
Nas últimas 24 horas, foram registrados 141.883 novos casos, contra os 30.000 notificados há duas semanas. O número de mortes continua limitado, afirmam as autoridades, chegando a 678 óbitos nesta quarta, contra 1.200 no auge da pandemia.
A Rússia está mais exposta ao vírus, devido ao baixo nível de vacinação, com menos de 48% de sua população inoculada, segundo o Govov. Esta situação decorre da desconfiança dos russos em relação às autoridades.