Rússia considera atacar cabos da infraestrutura global de internet.
MUNDO
Publicado em 11/09/2024

O ex-presidente Dmitry

Medvedev disse em junho que essas infraestruturas poderiam ser alvo de um "ataque legítimo" do país; sem fios submarinos, acesso a serviços on-line seriam dificultados.

 

O Centro de Estudos Estratégicos Internacionais publicou, no fim de agosto, um relatório destacando as vulnerabilidades de países ocidentais caso ocorra um ataque russo à rede de cabos submarinos.

 

O assunto surgiu depois que o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, o ex-presidente Dmitry Medvedev, disse, em junho, que os cabos submarinos, que permitem 95% da comunicação global via internet, se tornaram um alvo de ataque "legítimo" para a Rússia.

 

A declaração foi feita depois de suspeitas do governo russo de envolvimento de países ocidentais na explosão do Nord Stream 2, um gasoduto que ligava a Rússia à Alemanha e permitia a exportação de gás.

Conforme o relatório, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) interpretou as declarações do ex-presidente junto a movimentações russas próximas aos cabos de transmissão como uma ameaça real à estabilidade dos serviços de internet.

 

Porém, analistas sugerem que essa ameaça não deve ser vista como mera retórica.

"Se partirmos da comprovada cumplicidade dos países ocidentais na explosão do Nord Stream 2, então não teremos mais restrições —nem mesmo morais— que nos impeçam de destruir as comunicações por cabo do fundo do oceano de nossos inimigos", afirmou Medvedev.

"A Rússia depende significativamente menos de cabos submarinos do que os Estados Unidos ou a

China devido à sua posição como uma potência continental com conectividade de internet para a Europa e Ásia Central e menos foco no comércio internacional. Isso torna a Rússia menos vulnerável a interrupções na infraestrutura de cabos submarinos e potencialmente mais disposta a explorar essas vulnerabilidades em outras nações", afirma o estudo.

A Rússia também tem sido acusada de interferir em sistemas de navegação GPS, afetando rotas de companhias aéreas comerciais. As ações supostamente fazem parte de uma campanha de

"zona cinzenta" contra o Ocidente, envolvendo ações encobertas que não chegam ao nível de guerra aberta, mas que têm o potencial de desestabilizar a segurança nacional e econômica, segundo especialistas.

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