Luciferina e Luciferase: Produção de luz por Organismos Vivos
MUNDO
Publicado em 08/05/2020

Luciferina e Luciferase: Produção de luz por Organismos Vivos

bioluminescência é o fenômeno que é responsável pela produção de luz por organismos vivos. Esse fenômeno é um exemplo de reação endergônica acionada pela hidrólise de ATP, assim como de interconversão de formas de energia (química para luminosa).
 
Esta substância química que se torna luminescente é denominada de luciferina (em alusão ao diabo, Lúcifer, que significa “Portador da Luz”):
 
reaçao luciferina luciferase

Reação da luciferina com oxigênio e com a ATP, sendo catalisada pela enzima luciferase, produzindo oxiluciferina, AMP (Adenosina monofosfato ou Monofosfato de adenosina), Pirofosfato (PPi) e luz

Essa reação da luciferina que é catalisada pela enzima luciferase (proteína comumente encontrada nos vagalumes), ocorre em uma ampla variedade de organismos, além do próprio vagalume. Essa variedade de organismos vai desde organismos marinhos até cogumelos.
 
Essa luz produzida requer níveis consideráveis de energia, sendo o ATP utilizado em um grupo de reações que convertem energia química em energia luminosa. A luz que é gerada por esses seres vivos é geralmente usada para evitar predadores ou como sinal para o acasalamento.

 

Entendendo a Luciferina e a Luciferase

 

Descoberta na década de 1950, a partir de milhares de vagalumes que foram coletados por crianças em Baltimore e nos seus arredores, William David McElroy e seus colaboradores da Universidade Johns Hopkins isolaram os principais componentes bioquímicos responsáveis pela biolumenescência: a luciferina (ácido carboxílico complexo) e a enzima luciferase.
Os vagalumes empregam ATP para iniciar a oxidação de luciferina. Esse processo converte a energia química em uma energia luminosa que sinaliza que ele está querendo acasalar.
 
Em seus experimentos, eles descobriram que a geração de um lampejo de luz requer a ativação da luciferina por meio de uma reação enzimática envolvendo a clivagem de pirofosfato do ATP para formar luciferil-adenilato. Na presença de oxigênio molecular e luciferase, a luciferina sofre descarboxilação oxidativa, um processo que ocorre em várias etapas, formando oxiluciferina.
 
Esse processo é acompanhado pela emissão de luz. A cor do lampejo de luz difere de acordo com a espécie de vagalume e pode ser determinada por diferenças na estrutura da luciferase. A luciferina é regenerada a partir da oxiluciferina, em uma série de reações subsequentes.
 
Em laboratório, a luciferina e a luciferase purificada dos vagalumes foram utilizadas para medir quantidades muito pequenas de ATP através da intensidade de luz produzida. Quantidades tão pequenas quanto alguns picomoles (10-12 mol) de ATP podem ser detectados dessa forma.

luciferina ciclo bioluminescencia vagalume
Componentes importantes no Ciclo de Bioluminescência do Vagalume

Luciferina, Luciferase e os Refrigerantes

 
Os fabricantes de refrigerantes utilizam a luciferina e a luciferase para detectar contaminação bacteriana. Onde há células vivas existe ATP, e a luciferase emite luz quando encontra ATP e oxigênio. Portanto, se o refrigerante brilhar, logo ele está contaminado.

 

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