Um pastor da igreja Assembleia de Deus chegou a receber voz de prisão, após ter uma reunião de líderes interrompida com a chegada de policiais devido à denúncia de vizinhos de que estaria ocorrendo no templo uma aglomeração durante a pandemia do novo coronavírus.
Este episódio aconteceu no centro de Boa Vista, em Roraima, na última sexta-feira (29), na igreja da Assembleia de Deus liderada pelo pastor Isac Ramalho.
A denúncia ocorreu porque a prefeitura de Roraima baixou um decreto proibindo qualquer tipo de celebração religiosa, como cultos e missas, por um prazo de 15 dias, na tentativa de conter a propagação do Covid-19.
Todavia, segundo nota da Assembleia de Deus, o pastor Ramalho não estava realizando culto naquela noite, mas apenas uma reunião com líderes para tratar dos procedimentos da igreja durante o decreto.
Estavam presentes, segundo a denominação, 112 pessoas no momento da chegada dos policiais, um número pequeno considerando a capacidade de lotação de templo, que é de 3 mil pessoas.
A nota da igreja aponta uma diferença de tratamento com relação aos demais estabelecimentos da região, sugerindo que está havendo perseguição religiosa em Roraima.
“Repudiamos a ação quando shoppings, cursinhos, bares e lanchonetes e outros estabelecimentos estão em pleno funcionamento, mesmo que com 30%, enquanto as igrejas da Assembleia de Deus são perseguidas, mesmo estando dentro de todas as normas de segurança, para uma reunião e não para um culto”, disse a nota.
O pastor Isac Ramalho, apesar de ter recebido voz de prisão, se comprometeu a comparecer na delegacia para dar esclarecimentos assinando um termo de compromisso. Com isso, ele não foi levado preso, segundo informações do G1.
Esse não é o primeiro caso de abordagem policial a pastores durante a pandemia. Outro semelhante, porém mais grave, ocorreu em Itacoatiara, um município situado a 270 quilômetros de Manaus. Na ocasião, o pastor chegou a ser preso.