Na última segunda-feira (7), cientistas do Cold Spring Harbos Laboratory (CSHL) anunciaram a criação do primeiro analisador de sequência de genoma móvel do mundo. Trata-se de um aplicativo para iPhones chamado iGenomics que, quando integrado com um sequenciador de DNA portátil, consegue criar uma espécie de laboratório de genética móvel. Os fãs de ‘Star Trek‘ logo farão a conexão dessa tecnologia com o tricorder visto na série.
Criado por Aspyn Palatnick, no laboratório do professor associado adjunto Michael Schatz, o iGenomics levou oito anos para ficar pronto. O mais interessante disso é que o projeto foi iniciado enquanto Palatnick ainda era um estagiário do ensino médio de 14 anos. Desde então, ele trabalhou na criação do aplicativo.
Em uma publicação no Gigascience, Palatnick e Schatz descreveram como o algoritmo do iGenomics pode mapear rapidamente sequências de DNA de patógenos virais, como o vírus da gripe e Zika, e identificar mutações importantes para diagnóstico e tratamento. Além disso, eles também forneceram uma espécie de tutorial para analisar outros genomas, como o de um paciente com Sars-Cov-2.
Como se trata de um app, todo o processo é executado internamente no iPhone, reduzindo a necessidade de notebooks ou grandes equipamentos de campo, o que é útil para trabalhadores de ecologia e pandemia. O desenvolvimento da novidade foi feito para complementar os pequenos dispositivos de sequenciamento de DNA oferecidos atualmente pela Oxford Nanopore.
Quando começou a desenvolver o app, Palatnick já tinha experiência na criação de softwares para iPhone. De acordo com ele, a ideia surgiu a partir do pensamento de que, como os sequenciadores de DNA estavam ficando menores, outros elementos do processo deviam acompanhá-lo e, até então, não havia nenhum método que permitisse estudar essas informações em um dispositivo móvel.
Projeções futuras
Agora, ambos esperam que sua criação chegue às mãos de astronautas. “Há muito interesse em fazer o sequenciamento de DNA no espaço. Estou tentando ver se há uma maneira de levar o iGenomics até lá. Muitas pessoas estão interessadas em fazer isso”, comenta Schatz.
“Hoje, todos nós carregamos câmeras profissionais em nossos bolsos, então não é tão difícil imaginar nos próximos dois anos, todos nós carregando nossos próprios sequenciados de DNA em nossos smartphones. Há tantas oportunidades de fazer medições do ambiente e procurar patógenos”, finaliza.
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