Na terça-feira (20), o robô Perseverance conseguiu extrair oxigênio de Marte pela primeira vez, segundo anunciou a Nasa. Para cumprir a tarefa, o rover utilizou um instrumento chamado Moxie (Mars Oxygen In-Situ Resource Utilization Experiment), que extraiu o gás a partir do dióxido de carbono presente na atmosfera marciana.
O feito inicial pode ajudar missões futuras a produzir oxigênio localmente para alimentar foguetes que são usados no retorno de Marte à Terra. A substância também será utilizada para fornecer ar respirável aos astronautas que se aventurarem no planeta vermelho.
Assim como o helicóptero Ingenuity, o MOXIE é patrocinado pela Diretoria de Missões para Tecnologias Espaciais (STMD) e pela Diretoria de Missões para Exploração Humana e Operações (HEOMD), ambas da Nasa.
“Este é um primeiro passo crítico na conversão de dióxido de carbono em oxigênio em Marte”, comenta Jim Reuter, administrador associado à STMD, em comunicado. “O MOXIE tem mais trabalho a fazer, mas os resultados desta demonstração de tecnologia são promissores à medida que avançamos em direção ao nosso objetivo de um dia ver humanos em Marte.”
O oxigênio é muito importante pois é usado como oxidante nos foguetes para “queimar” combustível. A Nasa informa que para tirar quatro astronautas da superfície marciana é preciso de 7 toneladas de combustível e 25 toneladas de oxigênio.
Por outro lado, a quantidade do gás utilizado por cientistas que já estão na superfície marciana é bem menor, embora ainda seja alta. “Astronautas que passem um ano na superfície talvez usem uma tonelada de oxigênio no total”, conta Michael Hecht, investigador principal do Moxie.
O que o instrumento utilizado pelo Perseverance faz é usar calor (cerca de 800 graus Celsius) para “romper” as moléculas de dióxido de carbono. A partir dessa reação, o resultado é oxigênio livre (O), que é guardado para uso; e uma molécula de monóxido de carbono (CO), que é liberada na atmosfera marciana.
O Moxie produziu no seu primeiro projeto demonstrativo em Marte uma quantidade de apenas 5 gramas de oxigênio, o que poderia ser usado por um astronauta para respirar por apenas 10 minutos. Todavia, o equipamento é capaz de gerar até 10 gramas de oxigênio por hora.
A ideia é que daqui pra frente o instrumento produza oxigênio mais nove vezes ao longo de um ano marciano (dois anos terrestres). Matéria-prima não falta, já que a atmosfera de Marte é composta por 96% de dióxido de carbono.
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