Robô Perseverance extrai oxigênio de Marte pela primeira vez
TECNOLOGIA
Publicado em 25/04/2021

Na terça-feira (20), o robô Perseverance conseguiu extrair oxigênio de Marte pela primeira vez, segundo anunciou a Nasa. Para cumprir a tarefa, o rover utilizou um instrumento chamado Moxie (Mars Oxygen In-Situ Resource Utilization Experiment), que extraiu o gás a partir do dióxido de carbono presente na atmosfera marciana.

O feito inicial pode ajudar missões futuras a produzir oxigênio localmente para alimentar foguetes que são usados no retorno de Marte à Terra. A substância também será utilizada para fornecer ar respirável aos astronautas que se aventurarem no planeta vermelho.

Assim como o helicóptero Ingenuity, o MOXIE é patrocinado pela Diretoria de Missões para Tecnologias Espaciais (STMD) e pela Diretoria de Missões para Exploração Humana e Operações (HEOMD), ambas da Nasa.

“Este é um primeiro passo crítico na conversão de dióxido de carbono em oxigênio em Marte”, comenta Jim Reuter, administrador associado à STMD, em comunicado. “O MOXIE tem mais trabalho a fazer, mas os resultados desta demonstração de tecnologia são promissores à medida que avançamos em direção ao nosso objetivo de um dia ver humanos em Marte.”

O oxigênio é muito importante pois é usado como oxidante nos foguetes para “queimar” combustível. A Nasa informa que para tirar quatro astronautas da superfície marciana é preciso de 7 toneladas de combustível e 25 toneladas de oxigênio.

Por outro lado, a quantidade do gás utilizado por cientistas que já estão na superfície marciana é bem menor, embora ainda seja alta. “Astronautas que passem um ano na superfície talvez usem uma tonelada de oxigênio no total”, conta Michael Hecht, investigador principal do Moxie.

MOXIE sendo colocado no robô Perseverance  (Foto: NASA/JPL-Caltech)

MOXIE sendo colocado no robô Perseverance (Foto: NASA/JPL-Caltech)

O que o instrumento utilizado pelo Perseverance faz é usar calor (cerca de 800 graus Celsius) para “romper” as moléculas de dióxido de carbono. A partir dessa reação, o resultado é oxigênio livre (O), que é guardado para uso; e uma molécula de monóxido de carbono (CO), que é liberada na atmosfera marciana.

O Moxie produziu no seu primeiro projeto demonstrativo em Marte uma quantidade de apenas 5 gramas de oxigênio, o que poderia ser usado por um astronauta para respirar por apenas 10 minutos. Todavia, o equipamento é capaz de gerar até 10 gramas de oxigênio por hora.

A ideia é que daqui pra frente o instrumento produza oxigênio mais nove vezes ao longo de um ano marciano (dois anos terrestres). Matéria-prima não falta, já que a atmosfera de Marte é composta por 96% de dióxido de carbono.

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