Cesta básica em Fortaleza já subiu 24,37% em 2020, quarta maior alta do País
MUNDO
Publicado em 10/12/2020
O produto da cesta básica que mais impactou a cesta de consumo dos fortalezenses foi o óleo, com alta acumulada de 119,04% em 12 meses. (Foto: Thais Mesquita/O Povo)

A variação de preços dos 12 principais alimentos da cesta básica sofreu com a inflação de 5,64% em Fortaleza. Segundo o levantamento mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em novembro, dez dos 12 produtos apresentaram alta e a cesta básica fechou o mês com média de R$ 539,33. Em 2020, o acúmulo de aumentos na Capital chegou a 24,37%, o quarto maior do País.

Ainda de acordo com os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, em uma família com quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, o custo somente com alimentação foi de R$ 1,617,99. E tomando por base o salário mínimo vigente no Brasil, de R$ 1.045 em 220 horas de trabalho, o trabalhador precisou de 113 horas e 32 minutos da sua jornada de trabalho apenas para comprar uma cesta básica.

Com base no preço da cesta básica mais cara observada pela pesquisa, o Dieese ainda estimou que o salário mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria de R$ 5.289,53 em novembro, o que corresponde a 5,06 vezes o mínimo atual, de R$ 1.045.

Entre os produtos que podem ser considerados os vilões de novembro, destacam-se o óleo, com alta de 10,08%, a banana (+8,56%), e o pão (+7,58%). De queda só tivemos o valor do feijão (-1,2%).

Em outubro, a cesta básica em Fortaleza custava R$ 510,54. No semestre, o valor da cesta acumula alta de 18,49%. Nos últimos 12 meses, a inflação sobre o preço dos alimentos é de 36,26%.

Os alimentos que mais impactam o acumulado são óleo, com alta acumulada de 119,04% em 12 meses, tomate (+96,66%) e o arroz (84,11%).

Brasil

Em novembro, o preço da cesta básica subiu em 16 das 17 capitais brasileiras. Recife foi a única capital onde o custo da cesta caiu, registrando menos 1,30% de seu valor.

As maiores altas foram observadas em Brasília, 17,05%; Campo Grande, 13,26%; e Vitória, 9,72%.

Segundo o Dieese, o arroz, o óleo de soja, a carne, o tomate e a batata tiveram alta expressiva na maioria das capitais.

A cesta básica mais cara do País é a do Rio de Janeiro, onde custava, em média, R$ 629,63 em novembro. A cesta mais barata foi encontrada em Aracaju, com custo médio de R$ 451,32.

Pesquisa

Devido à pandemia da Covid-19, o Dieese suspendeu, em 18 de março, a realização presencial da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos e implementou uma tomada de preços especial a distância para verificar o custo da cesta.

Das 17 capitais pesquisadas mensalmente pelo Dieese, São Paulo foi a única que permaneceu fazendo a coleta presencial de preços, com a adoção de todos os protocolos de distanciamento e segurança indicados pelas autoridades sanitárias.

Os principais números em Fortaleza

Valor da cesta: R$ 539,33
• Variação mensal: 5,64%.
• Variação em 6 meses: 18,49%.
• Variação em 12 meses: 36,26%.
• Produtos com altas em relação a outubro: óleo (10,08%), banana (8,56%), pão (7,58%), leite
(6,58%), carne (6,05%), tomate (6,01%), arroz (5,60%), açúcar (4,64%), manteiga (2,73%),
e a farinha (1,45%).
• Produtos com reduções em relação a outubro: feijão (-1,20%).
• Jornada necessária para comprar a cesta básica: 113 horas e 32 minutos.
• Percentual do salário mínimo líquido para compra dos produtos da cesta: 55,79%.

 

Com informações da Agência Brasil

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