Profissional de saúde morre e outro é hospitalizado após vacina da covid; casos são investigados
MUNDO
Publicado em 06/01/2021

Autoridades mexicanas informaram que estão estudando o caso de uma médica de 32 anos que foi hospitalizada após receber a vacina contra a covid, segundo a agência de notícias britânica Reuters. A médica, cujo nome não foi divulgado, foi internada na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público no estado de Nuevo León, na Cidade do México, depois de ter tido convulsões, dificuldade para respirar e erupção na pele. “O diagnóstico inicial é encefalomielite”, disse o Ministério da Saúde, em nota divulgada na noite de sexta-feira (1). A encefalomielite é uma inflamação do cérebro e da medula espinhal.

O governo acrescentou que a médica tem histórico de reações alérgicas e disse que não há evidências de ensaios clínicos de que alguém tenha desenvolvido uma inflamação no cérebro após a aplicação da vacina. "Será seguido um tratamento especializado intensivo com base em esteroides e anticonvulsivos para diminuir o risco de que apresente sequelas”, informou o governo mexicano sobre a paciente, que se encontra em estado grave, segundo o El País.

O Instituto Mexicano de Segurança Social (IMSS) informou que, dos quase 20 mil trabalhadores da saúde que foram vacinados, 23 apresentaram reações alérgicas adversas leves, com sintomas como enjoos e palpitações. Só uma pessoa tinha tido dificuldade para respirar após receber a dose, mas em nenhum desses episódios foi necessária a hospitalização dos receptores do antígeno. No México, mais de 126 mil pessoas morreram de covid. O país começou a distribuir a primeira rodada de vacinas para profissionais de saúde no dia 24 de dezembro.

MORTE EM PORTUGAL

No entanto, esse não é o único caso em investigação. Em Portugal, uma trabalhadora de saúde morreu 48 horas depois de receber a vacina da covid-19. Sonia Acevedo, 41 anos, sofreu uma morte súbita em casa no dia de ano novo. Segundo o Daily Mail, a mãe de dois filhos, que trabalhava no setor de pediatria no Instituto Português de Oncologia do Porto, não teria relatado quaisquer efeitos secundários adversos após a vacinação. "Ela estava bem. Ela não teve nenhum problema de saúde. Ela tomou a vacina da covid-19, mas não apresentou sintomas. Eu não sei o que aconteceu. Eu só quero respostas. Eu quero saber o que levou à morte da minha filha", desabafou Abilio Acevedo, pai de Sonia ao jornal português Correio da Manha.

Sonia tinha 2 filhos e morreu aos 41 anos (Foto: Reprodução/Daily Mail)

Sonia tinha 2 filhos e morreu aos 41 anos (Foto: Reprodução/Daily Mail)

Salvar

Abilio disse que recebeu um telefonema informando que a filha tinha sido encontrada morta por volta das 11 horas da manhã da última sexta-feira (1), após passarem a véspera de ano novo juntos. "A minha filha saiu de casa e nunca mais a vi viva", lamentou. A filha de Sonia, Vania Figueredo, disse que sua mãe apenas reclamou do desconforto na área onde recebeu a vacina, mas estava bem. O hospital em que Sonia trabalhava confirmou que ela foi vacinada contra o coronavírus em 30 de dezembro e disseram que não foram notificados de nenhum "efeito indesejável" nas horas seguintes.

O Instituto Português de Oncologia também afirmou, em comunicado: "Relativamente ao falecimento repentino de um auxiliar operacional do IPO do Porto a 1 de Janeiro de 2021, o Conselho de Administração confirma o acontecimento e expressa sincero pesar aos familiares e amigos na certeza de que esta perda também é sentida aqui". E acrescentou: "A explicação da causa da morte seguirá os procedimentos usuais nessas circunstâncias." Espera-se que uma autópsia seja realizada ainda esta semana. Portugal, com uma população de pouco mais de 10 milhões, registou 7.118 mortes e mais de 427 mil casos.

Sonia foi uma dos 538 trabalhadores do IPO do Porto que receberam a vacina Pfizer-BioNTech — a mesma vacina administrada na médica mexicana. Durante os ensaios clínicos da Pfizer, 20 mil pessoas receberam o antígeno em sua etapa experimental, e apenas 0,6% sofreram reações alérgicas adversas graves. No Reino Unido, o primeiro país a iniciar a vacinação, as autoridades sanitárias advertiram que alguns pacientes com antecedentes de alergias a medicamentos, outras vacinas e alimentos poderiam sofrer reações adversas, e pediram que este grupo de pessoas evitasse receber a vacina por enquanto.

Nossa equipe entrou em contato com a Pfizer no Brasil. No entanto, até a publicação, não obtivemos retorno. Por isso, essa reportagem pode ser atualizada a qualquer momento.

Fonte:Revista Crescer

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