O governo do Sudão assinou nesta quarta-feira (6) os Acordos de Abraão entre Israel e vários países árabes, aos quais aderiu em outubro do ano passado, com mediação dos Estados Unidos, cujo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, rubricou o texto durante uma visita a Cartum.
Segundo um comunicado do governo sudanês, o ministro da Justiça, Nasreldin Abdelbari, foi o encarregado de assinar o documento junto a Mnuchin, que faz uma viagem pelo Oriente Médio e a África.
"É um passo importante porque testemunha que estamos confiantes de que a paz é o que irá reforçar a aproximação e os interesses entre os povos e construir relações entre eles, especialmente os povos das religiões de Abraão", afirmou o ministro sudanês.
Abdelbari disse ainda que este entendimento é "uma garantia básica para a construção de relações diplomáticas entre todos os povos da região e para assegurar um futuro melhor para as próximas gerações".
Desta forma, o Sudão se junta oficialmente aos Emirados Árabes e ao Bahrein, que assinaram os acordos em setembro do ano passado em cerimônia na Casa Branca, na presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o arquiteto dos pactos entre Israel e os países árabes.
Depois de anunciar a normalização das relações com Israel, o Sudão foi retirado da lista americana de países que patrocinam o terrorismo, motivo pelo qual voltou a ter acesso às organizações internacionais de crédito e não está sujeito a quaisquer sanções econômicas.
Sudão e EUA também selaram nesta quarta-feira um memorando de entendimento para facilitar a liquidação das dívidas pendentes do país africano com o Banco Mundial (BM) e permitir o acesso ao financiamento do órgão.
O documento foi assinado pela ministra das Finanças sudanesa, Heba Ahmed, e Mnuchin, o primeiro americano de alto cargo a viajar para Cartum desde o final de dezembro, quando Washington anunciou a retirada do nome do Sudão da lista em que constava desde 1993.