É comum no mundo da aviação ouvir que o consumo de combustível é uma das maiores despesas de uma companhia aérea. Também sobram iniciativas de empresas para economizá-lo, mas uma medida adotada pela japonesa ANA no final da década de 2000 superou o quesito “bizarrice”.
A história foi resgatada pela especialista em aviação Joanna Bailey e publicada no portal britânico Simple Flying. Em outubro de 2009, a All Nippon Airways (ANA) testou a implantação de uma nova política para reduzir o peso das aeronaves durante o voo e, consequentemente, o consumo de combustível.
Em vez de limitar ainda mais o peso máximo das bagagens ou até pesar passageiros, como fazem algumas companhias aéreas, a ANA foi mais longe e pediu que seus clientes usassem o banheiro do aeroporto antes de embarcar.
A companhia argumentou que, ao esvaziar as bexigas (e outros órgãos), antes do voo, os passageiros podiam reduzir significativamente o uso de combustível durante a decolagem, momento de maior consumo.
O pedido “xixi antes do voo” foi adotado em voos de 38 rotas domésticas além do trecho Narita-Cingapura. O pedido para que os passageiros se aliviassem antes do voo era feito em um anúncio na sala de embarque. A orientação era reforçada pelos chamados “atendentes de banheiro” e cartazes pelo aeroporto.
Meio Ambiente
A medida ainda ganhou uma roupagem ecológica, pois a empresa incluiu a política em uma campanha para reduzir as emissões de CO2 durante seus voos. A ideia era divulgar que cada passageiro iria reduzir sua pegada de carbono em até 4,2 toneladas por mês e pensaria no impacto ambiental de cada viagem.
Em entrevista à rede de TV CNN, à época, o então porta-voz da companhia, Megumi Tezuka, disse que a medida foi baseada em critérios matemáticos. Uma bexiga humana pode pesar até 1,1 quilo quando cheia. Se todos os 270 passageiros do 767-300 da ANA, por exemplo, embarcassem com as bexigas cheias, seriam quase 300 quilos de peso adicional que seriam transportadas no voo.
Se metade deles usarem o banheiro antes de embarcar, já seria possível evitar a emissão de 4,2 toneladas de CO2 por mês, nas 38 rotas da companhia.
A política “xixi antes do voo” durou apenas um mês. Segundo a companhia, foi apenas um programa experimental e não foi continuado. A companhia, porém, adotou outras medidas, como a substituição de itens de vidro por copos de papel reciclado e garrafas plásticas para economizar peso.