Não é realista acreditar que o mundo vai derrotar a pandemia da covid-19 até o final deste ano, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (1º).
O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou que o vírus continua ativo, levando em consideração que o número global de novos casos aumentou esta semana, após sete semanas consecutivas de queda.
“Seria muito prematuro e eu diria carente de realismo pensar que vamos acabar com o vírus até o final deste ano”, disse Ryan em entrevista coletiva.
“Mas acho que o que podemos interromper, se formos inteligentes, são as hospitalizações, as mortes e a tragédia que esta pandemia traz”, acrescentou.
Ryan ressaltou que o objetivo da OMS é diminuir os níveis de contágio, ajudar a prevenir o surgimento de variantes e também reduzir o número de pessoas que adoecem.
Destacou que vacinar o pessoal de saúde mais exposto e as pessoas vulneráveis “reduz o medo e a tragédia” da pandemia.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, deseja que a vacinação do pessoal de saúde esteja em andamento em todos os países nos primeiros 100 dias de 2021.
Ele saudou o fato de que as primeiras injeções da aliança global de acesso à vacina, o mecanismo Covax, ocorreram em Gana e na Costa do Marfim, embora tenha lamentado que isso aconteça quase três meses após o início das campanhas de vacinação nos países ricos.
“É uma pena que em alguns países continuem vacinando com prioridade jovens e adultos saudáveis com baixo risco de contrair a doença, ao invés de vacinar trabalhadores de saúde e idosos em outros lugares”, acrescentou.
De acordo com projeção do instituto Economist Intelligence Unit (EIU), ouvido pela BBC, no ritmo atual, os países pobres poderão ter de esperar até 2024 para vacinar suas populações. Já países ricos esperam concluir as imunizações até meados de 2022, enquanto os de média renda poderão finalizar seus cronogramas no fim de 2022 ou no início de 2023.