Os cristãos estão sendo perseguidos em todo o mundo em um ritmo nunca visto desde o primeiro século, segundo um membro da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF, na sigla em inglês).
Um relatório da USCIRF sobre perseguição religiosa foi publicado na quarta-feira passada (21), destacando fatos e números de proporções bíblicas:
- 50.000 cristãos estão detidos em campos de prisioneiros da Coreia do Norte;
- Cerca de 3.000 meninas e mulheres yazidis estão desaparecidas no Iraque;
- 130.000 muçulmanos estão em campos de internamento em Mianmar;
- Até 3 milhões de muçulmanos uigures estão em campos de concentração na China.
“Por um orçamento muito pequeno, todo ano o governo dos EUA lança esta bomba na comunidade de direitos humanos, que reverbera em todos os cantos do mundo”, disse Johnnie Moore à CBN News.
Moore é um pastor ativista pela liberdade religiosa e um dos nove comissários nomeados para a USCIRF.
“Em nosso primeiro relatório, há 22 anos, levantamos preocupação sobre o que o Partido Comunista Chinês já estava fazendo à comunidade uigur, mas o mundo não prestou atenção”, explicou Moore.
Agora, o regime comunista da China trabalha para reprogramar uma comunidade inteira enquanto sujeita alguns de seus próprios cidadãos a procedimentos bárbaros, como a extração de órgãos.
“Eles estão até promovendo e comercializando os órgãos uigures para países de maioria muçulmana”, observou Nury Turkel, comissário da USCIRF e muçulmano uigur que experimentou na pele a perseguição na China.
“Eles consideram duas religiões: o Islã e o Cristianismo eram particularmente problemáticos para a sobrevivência e existência do partido comunista”, disse Turkel em uma entrevista coletiva.
Entre os países de preocupação particular identificados pelo relatório, dez já foram designados pelo Departamento de Estado dos EUA: Mianmar, China, Eritreia, Irã, Nigéria, Coreia do Norte, Paquistão, Arábia Saudita, Tadjiquistão e Turcomenistão.
A USCIRF recomenda adicionar Índia, Rússia, Síria e Vietnã à lista. A Turquia, aliada dos EUA e da OTAN, é listada como infratora de nível dois.
“Não vamos deixá-los dormir uma noite sem gritar com toda a força dos nossos pulmões, de uma forma bipartidária, republicana e democrata, para ter certeza de que podem fazer o que escolheram, mas não vão fazer às escondidas”, destacou Moore.
Os comissários apontaram que a pandemia aumentou o fardo, já que muitas minorias religiosas foram responsabilizadas pelo surto.
“É hora de os cristãos fazerem o que o apóstolo Paulo os chamou a fazer, que é orar por aqueles que estão na prisão como se estivéssemos lá com eles”, incentivou o pastor.
Moore, junto com seus oito colegas comissários, incentiva o governo Biden a preencher uma série de cargos vagos dedicados a pressionar os países que perseguem seu povo.